Houve um tempo em que a responsabilidade era menor e o lazer era maior. Isso era uma fase. A vida é cheia de fases. Observar, entender e aceitar as diversas fases de nossas vidas é crucial para identificar o que já fizemos, onde estamos e o que queremos realizar.
Em 2010 surgiu uma vontade de mudar as coisas no cenário do Parkour aqui na Cidade do Rio de Janeiro. Iniciamos então a Omnis Pro Parkour. Seis anos depois, conquistamos muitas coisas, a que eu considero a mais importante: estabelecemos uma imagem, uma forma de representar e transmitir os fundamentos do Parkour. Atualmente essa imagem é respeitada no Brasil (e conhecida em alguns lugares do Mundo), graças ao esforço dos organizadores Omnis em manter as bases procedimentais que estabelecemos em 2010. E é ai que está a força da Omnis: nas pessoas que lutam para continuar fazendo o que precisa ser feito.
Porém, o cenário atual não é o mesmo de seis anos atrás. As pessoas não tem mais necessidade de um cenário mais organizado na nossa Cidade. O Parkour está mais evoluído. As informações que tínhamos há seis, dez anos atrás já não são as mesmas: há mais facilidades e mais atalhos para chegar aos movimentos "top" da lista. Sendo assim, estamos em uma outra fase. Precisamos nos adaptar para este novo tempo. Com isso vem alguns questionamentos:
Em qual fase realmente estamos?
O que precisa ser feito em verdade?
Qual a necessidade da comunidade de Parkour da Cidade?
Como continuar fazendo o que fazemos?
Quais métodos utilizar?
Estar presente ou atuante?
O que queremos deixar como legado?
Não consigo responder a tudo isso agora. Mas sei que tudo que já fizemos foi importante. Todas as dificuldades que passamos nesses seis anos de Omnis forjaram nossa vontade e determinação para continuar fazendo o que acreditávamos que precisava ser feito. Também sei que temos grandes feitos a realizar ainda, e aliados a esses trabalhos futuros, novas experiências e fases que na certa irão nos testar e fortalecer ainda mais.
Fases. Mudanças. Coisas novas que surgem e obrigam as coisas antigas a se moldarem. E essa não seria a grande mensagem do Parkour? Conseguir se adaptar a toda e qualquer situação nova que surgir em nossas vidas.
O futuro promete novas realizações. Creio que a chave seja o medo. Sentir medo do desconhecido, do novo. Deixar que a força do medo nos motive a seguir adiante.
Que 2017 seja um ano melhor. Que nossas vidas continuem cheias de novas fases, para que possamos mudar e nos renovar a cada adaptação que tivermos de fazer no processo.
